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Era uma vez... o Verão!

por ss, em 12.09.11

Meu amor,

 

Mais uma vez te escrevo numa tentativa vã de consolar esta saudade que cresce a cada dia no meu peito. Sei que partiste para longe, para tão longe que chego a duvidar que algum dia as minhas cartas chegarão até ti. Faz hoje um ano. E por vezes parece que foi ontem, pela intensidade com que me vêm à memória os acontecimentos daquele dia. Outras vezes, sinto que partiste há tanto tempo, porque a tua ausência se faz sentir a cada instante. Sinto tanto a tua falta, meu amor.

 

O nosso filho está lindo. Já diz algumas palavras, e no meio da sua descoberta, por vezes chama por ti. Tem os teus olhos, e é neles que me perco a recordar tudo o que vivemos juntos. Sabes, lembras-te de como nos conhecemos? Conto-lhe a nossa história todas as noites para ele adormecer. É a forma que tenho de lhe falar de ti.  

 

“Era uma vez um Verão, que parecia estar a acabar sem que nada de novo tivesse acontecido. Apenas uns bons dias de praia, muitas brincadeiras, noites quentes e divertidas, mas nada que alterasse a vida de Maria. Uma estação do ano prestes a terminar como tantas outras. Mas este não seria apenas mais um Verão, seria o Verão que mudaria completamente a vida de dois seres que se deixaram tocar pelo amor. Foi num fim de tarde, Maria saiu de casa depois de uma discussão com a sua mãe sobre a sua ida para a faculdade. Os pais nunca percebem que os filhos crescem e que já são capazes de tomar as suas próprias decisões. O mar pareceu-lhe o local indicado para desabafar. Afinal, quantas e quantas lágrimas não estarão ali guardadas? Maria era determinada, e não podia aceitar que não a deixassem simplesmente viver. Estava irritada, e mal-humorada. E, foi neste estado que João a encontrou enquanto corria na praia. Por momentos vacilou, não sabia o que dizer ou o que fazer. Mas depois respirou fundo e foi falar com ela.

 

“Estás bem?” – Perguntou-lhe.

“O que é que te parece? Achas que sim? Quem é que estando bem vem para aqui sentar-se a chorar?” – Respondeu Maria

“Desculpa, estava só a tentar ajudar, mas já vi o bom humor é uma característica tua!”

“Oh! Desculpa eu! Mas apetecia-me barafustar com alguém, e tu foste a primeira pessoa que apareceu.”

“Bem, acho que devias colocar um cartaz a dizer: Afastem-se!”- gracejou João. “Por acaso não queres contar-me o que se passa?”

“ Por acaso não. Quer dizer, agora não. Mas podes sentar-te. Prometo que se me apetecer bater em alguém novamente eu aviso-te, para te dar tempo para fugires.”

“E posso ao menos saber o teu nome?”

“Maria. E tu?”

“João”.

 

Depois, passaram horas à conversa. Dando a conhecer o melhor de si próprios um ao outro, entre sorrisos tímidos e palavras envergonhadas. Descobriram que estavam apaixonados, quando à noite não conseguiam adormecer, porque estavam ocupado s a visualizar aquela tarde, a recordar as frases que foram ditas, a refazer os gestos e os sorrisos. Descobriram que estavam apaixonados, e isso bastou-lhes para que daí em diante fossem uma só alma em dois corpos.”

 

Esta é a nossa história. E onde quer que estejas, seremos sempre uma só alma. Mudas-te a minha vida como nunca imaginei ser possível. Aquele foi o nosso Verão. E todos os Verões que se seguiram ao teu lado foram nossos. Cheguei a pensar que a partir do momento em que foste levado deste mundo, toda a minha vida fosse um constante Inverno. Mas, tu ensinaste-me que é preciso sentir, que é preciso amar, e aproveitar cada momento. E hoje é Verão, porque sei que estarás sempre perto de nós.

 

                                                                                                                              Maria

 

 

Texto escrito para a Fábrica de Histórias

 

 

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Máscaras

por ss, em 12.09.11

Podes tirar essa máscara de vez em quando, e deixar que os outros vejam que também choras, que também és fraca, que também tens medos, que também sofres.

 

Não tens que sorrir quando te apetece chorar, nem falar quando te apetece estar em silêncio, ou calar quando o que tu queres é gritar. Deixa de fingir que estás sempre bem e mostra-te ao mundo como és! Tu és humana. E por isso, também mereces que te consolem, também mereces que te ofereçam sorrisos, e também mereces que te sequem as lágrimas.

 

Não vale a pena fingires comigo. Conheço o teu verdadeiro sorriso, e conheço o teu sorriso forçado que desaparece quando ficas só. Conheço as tuas lágrimas escondidas mesmo quando sorris, e sei que tens tantas palavras para desabafar quando simplesmente escutas alguém.

 

Tu finges! E eu finjo não conhecer essa máscara, e entrego-te o meu colo apenas. Comigo podes chorar, podes gritar, podes desabafar ou simplesmente estar calada. Ninguém irá saber que estás triste.

 

 E só eu sei, que quando saíres daquela porta, colocarás de novo a máscara, e voltarás a sorrir como se estivesses feliz.

 

Texto escrito para a Fábrica de Letras

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